PARQUE BIXIGA E ESCOLA DE TEATRO ZÉ CELSO
Passado, memória e respeito.
O Teatro Oficina, sob a visionária liderança de Zé Celso, emerge como uma fusão de criatividade e resistência artística no coração de São Paulo. Fundado na década de 1960, este palco restaurado por Lina Bo Bardi e Edson Elito transcende o convencional, exibindo uma sinfonia de inovação teatral e um compromisso intrínseco com a expressão artística. Propor um projeto em homenagem ao legado do Teatro Oficina e Zé Celso não é apenas prestar tributo a uma instituição, mas engajar-se em uma celebração da resiliência artística que moldou a identidade cultural de São Paulo. A maior diretriz adotada para o projeto do parque e das novas construções do complexo, é de preservar a integridade do Teatro Oficina já existente. Dessa maneira, a mimetização dos programas e novos fluxos irão se integrar na própria paisagem, transformando-o em uma grande área verde para a população paulista. O Teatro Oficina Uzyna Uzonaé, é a “estrela” principal do parque Bixiga
Os usuários do complexo mantêm uma relação positiva com os terraços e os desníveis do terreno, que podem ser subdivididos em três setores distintos: o setor administrativo do complexo, com uma fachada voltada para o parque; uma estrutura escolar que atende aos requisitos do programa proposto; e o setor dedicado às artes e à cultura, que abriga um salão de espetáculos destinado tanto à comunidade quanto ao complexo escolar, possuindo uma ampla janela que se abre para a vista do parque. Um aspecto fundamental para o desenvolvimento do projeto foi a descanalização do Rio Bixiga, no nível mais baixo do terreno. A lagoa resultante, além de complementar a paisagem, age como um amplo espelho d’água que umidifica a zona de alta densidade e de temperaturas elevadas da região. Com esse espaço, um memorial em respeito a Zé Celso, completa o promenade no entorno da lagoa.
Além disso, o traçado utilizado para os caminhos e construções é contemporâneo, a fim de contrastar com as edificações já existentes, marcando distintamente a época de cada construção. Ao lado da grande esquadria do Teatro Oficina, optou-se por não realizar grandes intervenções construtivas, preservando assim a integridade visual do local e proporcionando como resultado uma extensa área verde de bosque nesta seção do terreno. Na fachada voltada para a Rua Santo Amaro, as árvores existentes foram preservadas, e um estacionamento para pessoas com deficiência contribui para a acessibilidade do parque. A criação da escola de teatro e o Parque Bixiga pretende não apenas eternizar a história do teatro e de Zé Celso, mas também cultivar um espaço que floresça como um jardim de inspiração para as gerações futuras, onde a expressão autêntica e a inovação artística continuem a florescer.
